sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

CAPÍTULO I

O SOLAR CASTELLI
Numa bela manhã do fim do ano de 2001 nas proximidades do verão, Márcia, - assistente de produção da empresa de propaganda Mega Mídia, e Eduardo, auxiliar que incorporou recentemente à sua equipe, esperam no Solar Castelli, construído no bairro do Recreio pela firma do empresário Genaro Castelli. Genaro é o terceiro filho do falecido napolitano Vitório Castelli e Marisa Silva Castelli. No vasto terreno estão dispostas além da sua, outras duas mansões: a de seu irmão mais velho Paulo, - seu sócio e advogado de sua empresa - e a do mais novo, Sérgio, que dirige a filial.
- É aqui?! - o rapaz exclama maravilhado
- Aqui mesmo. – responde a moça percebendo o deslumbramento de Eduardo.
- Que “palácio!”
- É...Mas nem todo palácio é como nos contos de fada.
- Por que você diz isto?
- Edú, você ainda é muito jovem, conhece muito pouco da vida, veio de outro estado. Na sua cabeça, este lugar é
perfeito em todos os sentidos.
Eduardo olha a moça com um ar intrigado. Nos seus 19 anos, com a ambição natural de quem veio de Minas para o Rio de Janeiro, tudo lhe parecia como um sonho. Sua vontade de vencer levava-o a verdadeiros devaneios, conhecer gente importante, subir muito na vida, “vender imagem”, “conquistar o mundo”. A experiência de Márcia é a de uma mulher mais vivida, 26 anos, algumas desilusões, grandes conquistas, mas com muita luta. Via o rapaz como a criança que queria ganhar o brinquedo sonhado. Este, ao mesmo tempo puro e ambicioso, tenta entender as palavras de Márcia.
- Aonde você quer chegar, Márcia?
- Você considera isto aqui um paraíso, o lugar ideal para se viver. Aqui tem tudo: amplos jardins, piscinas, quadra de esportes, sauna, três mansões que abrigam três famílias de três irmãos. Tudo o que você vê aqui é uma tremenda ilusão.
- Por que ilusão?
- Você quer vencer na vida, não é?
- Quero.
- Quer ser alguém?
- Claro!
- Quer que o que faz seja apreciado. Digamos que quer até ser exaltado pelo que fizer de bom.
- Bem... – Eduardo coça a cabeça num gesto de desconcerto e timidez, mas por fim admite: - É isso aí.
- Você considera isto o caminho para a felicidade, não é?
- Pelo menos na minha concepção, sim.
- Pois eu digo a você que está enganado. Só há um caminho, um caminho que é “o caminho” para alcançar a plena felicidade.
- Qual é?
- Jesus.
- Quê?! Jesus?!
- É. Ele diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João, 14: 6)
- Ah! Ele falou isto pra você? – Eduardo pergunta num tom irônico.
- Falou.
- Quando? Onde? – Eduardo ironiza novamente.
- Quando eu O aceitei como meu único salvador, Ele falou comigo, através da Sua Palavra, que é a Bíblia.
- Ah, Márcia! Você acredita na Bíblia?
- Acredito.
- A Bíblia foi escrita por homens. – Eduardo afirma
- Homens de Deus, inspirados por Ele. – Márcia responde com convicção
- Ah, Ele desceu à terra e ditou para todos!
- Eles tiveram comunhão com Deus, foram escolhidos por Ele.
- Ah! Eu não vou discutir religião com você!
- Nem tão pouco eu com você. – Márcia responde com tranqüilidade
- Você crê na Bíblia porque é o livro da sua religião.
- Não. Eu creio na Bíblia porque é a Palavra de Deus.
- Por que a “Palavra de Deus?”.
- Edú, você ama seu pai?
- Amo, claro!
- Ele é importante para você?
- Muito.
- Crê no que ele ensinou a você?
- Creio.
- Que sempre quis o seu bem?
- Lógico!
- Então? Quando aceitamos Deus como um Pai, aceitamos a Sua Palavra, porque sabemos que Ele a deixou para nós como um presente. Um presente que um Pai deixa para seus filhos. Ele deixou a Bíblia, mas antes disto deixou o Seu Filho Jesus que morreu por nós. Por isto, nós aceitamos a Sua Palavra. Por que primeiramente, aceitamos Seu Filho, como nosso único salvador.
- Márcia...Este papo está ficando muito chato! Vamos entrar!
- Nós chegamos muito adiantados. Marcamos às 10:00. Faltam 10 minutos. Não é educado entrarmos antes da hora.
- Tá...Então vamos esperar.
Observando o rapaz maravilhado com a beleza do condomínio, Márcia ora em pensamento: “Senhor, liberta esta alma, que ele ainda venha a te conhecer, a saber, quem tu realmente és”.
- Você está pensativa. O que há? – indaga Eduardo.
- Nada...
Ao se dar à hora marcada, Márcia interfona e Viriato, o porteiro, atende:
- Alô?
- Bom dia.
- Bom dia. – Viriato responde
- Eu sou Márcia Almeida, estou aqui com meu assistente Eduardo de Souza. Nós somos da empresa de propaganda Mega Mídia. Marcamos hora com o Dr. Genaro Castelli.
- Um momento, por favor – Viriato liga para o ramal do patrão enquanto os dois aguardam.
- Pôxa...Parece até que vamos falar com o “Presidente da República!” - exclama Eduardo.
- Você ainda não viu nada. Disfarça um pouco o deslumbramento, hein, “cara!” Está estampado no teu rosto!
- Ah...Tá bem.
Eles aguardam mais um pouco e logo são convidados a entrar. Eduardo olha tudo em volta, com muita dificuldade de esconder seu impacto. Márcia procura continuar “em Espírito” e lembra da Palavra: “Melhor é a vista dos olhos do que o andar ocioso da cobiça; também isto é vaidade e correr atrás do vento. ( Eclesiastes, 6: 9 ).

8 comentários:

  1. OBS: Estou sendo o 1º a postar, pois já percebi um pequeno erro no início, uma repetição e peço desculpas aos leitores.

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  2. Acabo de ler o primeiro capítulo e já estou muito interessada pela história e ansiosa por rever alguns personagens do primeiro livro!

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  3. Comecei a ler agora e já gostei.
    Já começa evangelizando, muito bom.
    Graça e Paz!

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  4. Comecei a ler hoje, conforme for lendo vou deixando minhas impressões. A princípio gostei bastante do primeiro capítulo.

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  5. comecei a ler agora e já to intrigada rsss
    afinal qual é a desse edu,tenho certeza q vou gostar de mais essa parte da saga dos castelli;

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  6. Comecei a ler hoje e concordo com o que as pessoas já postaram.
    Você escreve muito bem.

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  7. Li esse primeiro cap e gostei muito !!
    todas as suas estórias são ótimas, Vinicius!
    e eu fiquei impressionada com a riqueza de detalhes!!!
    Puxa!!!

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