sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

CAPÍTULO X

ANO NOVO, VIDA NOVA?
Amanhece. Suzana acorda tonta. Leva a mão à cabeça, sentindo-a mais pesada que o resto do corpo pela ressaca. A porta se abre lentamente e a mãe entra com Odete trazendo uma bandeja.
- Feliz ano novo, minha filha querida!
- Obrigada, mãe, pra você também. Mãe me perdoa pelo que eu fiz. Eu quero ser uma filha melhor este ano.
- Que é isto, meu amor? Você já é uma filha maravilhosa!
- É uma netinha adotiva maravilhosa também – diz Odete apoiando a bandeja na mesinha do computador - Deixa eu dar um abraço de feliz ano novo em você.
- Gente, eu não mereço isto. – emociona-se Suzana.
- Merece sim, querida! Para de se colocar pra baixo! – anima Soraya.
- É Suzana, não pensa mais nisto. – concorda Odete – Olha pra frente. Você já despertou um coração!
- Ai, nem fala. Eu fui horrível com ele.
- Ele vai ligar pra você. – Soraya avisa.
- Eu não vou ter cara pra falar com ele.
- Se ele vai ligar, você não precisa ter cara, você tem boca, fala! – Odete encoraja. – Bem, eu vou descer, tenho coisas pra fazer, vou deixar vocês conversarem. – Odete dá um beijo em Suzana e dirige-se à porta.
- Tchau, vó, obrigada. – Odete dá um sorriso e fecha a porta.
- E aí, filha, você dormiu bem?
- Mais ou menos. Cadê o meu pai?
- Como diz seu tio Vitor, está no paraíso dos sonhos!
Suzana ri com a mãe.
- Que sorriso lindo você tem, filha! Assim que eu gosto de ver.
- Cadê as meninas?
- Na casa do tio Vitor, foram há pouco.
- Vigaristas! Não me chamaram?
- Você dormia profundamente, elas chegaram a pedir pra eu olhar se você já estava acordada. Quer ir lá? Eu levo!
- Tá.
Toca o telefone e Soraya atende.
- Alô?
- Dona Soraya.
- Oi, Rodrigo! Feliz ano novo, querido! Paz, saúde, alegria!
- Pra senhora também! Está tudo bem aí!
- Tudo ótimo! Melhor agora que você ligou!
- A Suzana, como está?
- Está aqui ao meu lado e é claro que você quer falar com ela, né?
- Gostaria, ela pode falar?
- Claro, querido, um beijo!
- Outro pra senhora, Dona Soraya.
- Obrigada, tchau!
Suzana fica em pânico, sussurrando
- E agora... Por que você me passou o telefone?
- Fala com ele. –Soraya insiste, também falando baixinho.
- Ai, meu Deus... – mesmo relutante Suzana atende, gaguejando.
- A-alô?
- Oi, gata...Feliz ano novo, tudo o que há de bom pra você.
Suzana não agüenta, pois se sente a pior das criaturas pela forma que havia tratado o garoto e começa a chorar descontroladamente.
- Eu...Eu...não mereço que você ligue pra mim com este carinho todo depois do que eu fiz com você! Que vergonha!
- Gata... Não fica assim! Já passou, você não tava bem, eu entendi.
- Ai...Me perdoa!
- Está tudo bem. Eu não estou pensando nisto. Pôxa, se eu soubesse que você ia ficar assim, teria esperado pra ligar. Por favor, se acalma.
Conhecendo bem sua filha, Soraya acha graça de seu jeito dramático e pede licença quase rindo:
- Filha, deixe eu falar um pouquinho com ele? Você se acalma, respira fundo e volta a falar.
- Minha mãe quer falar com você.
- Tá.
- Oi, Rodrigo. Olha, eu desejo mais uma vez um felicíssimo ano novo a você e agradeço muito pelo carinho pela minha filha. Não liga pra este drama que ela está fazendo, ela é uma “esquizofrenética!” – fala rindo.
- Mãe!! –Suzana exclama num tom ao mesmo tempo sem graça e de repreensão à mãe, ainda chorando.
- Ela vai voltar a falar, tchau querido! – passa o telefone para a filha e recomenda: Se acalma, respira fundo.
Suzana refaz-se e atende novamente.
- Oi.
- Tá mais calma?
- Tô.
- Se você fica mais tranqüila, eu perdôo você. Mais uma vez, feliz ano novo.
- Pra você também.
- Um beijo.
- Outro. Tchau.
- Tchau. – despede-se Rodrigo.
- Então? Vamos? – Soraya anima a filha.
- Vamos.
- Veste uma roupa alegre! Tá sol! O que você acha deste vestidinho estampado aqui? – pergunta abrindo o armário - Antes, toma o suquinho de frutas que eu trouxe e o comprimido pra dor de cabeça. Depois toma um banho e vamos, tá?
- Tá.
Sandra e Sônia chegam à casa de Vitor levadas por seu fiel motorista Alfredo e acompanhadas de Heloísa. Vitor vai recebê-las fora da casa:
- Oi, queridas! Feliz ano novo!
- Oi, tio. – respondem as duas.
- Que houve? O trio em S está desfalcado? Cadê a Suzana?
- Ai, tio... – Sandra abaixa a cabeça reticente
- Que foi? – pergunta Vitor com um tom desconfiado.
- É que...Ela...Ah! A gente não consegue esconder nada de você mesmo! Ela tá de ressaca!
- Ressaca?! Está dando pra beber agora?
- Pois é, tio. A gente não entendeu, mas aconteceu alguma coisa que a perturbou e ela tomou o maior porre. Ela sumiu pouco antes de dar meia noite e quando apareceu, exatamente quando os fogos tavam estourando, ela tava num estado horrível, fazendo palhaçadas, foi muito chato! – Sônia relata.
- Genaro viu?
- Graças a Deus, não! – responde Sandra – Eu e minha mãe conseguimos levá-la pra cima enquanto Sônia chamava a tia Soraya.
- Ela deve ter ficado deprimida depois, não? –Vitor pergunta deduzindo
- A tia Soraya ficou com ela e disse que ela chorou até dormir. – conta Sandra. – Eu e minha mãe a jogamos na água fria, demos café preto até que ela chegasse.
- Vocês são maravilhosas.
- Oi, cunhadão! Feliz ano novo! - Heloísa entra com Patty que estava andando de bicicleta.
- Oi, Lolô! – abraça a cunhada.
- Estávamos nós, eu e a Patty, aqui fora papeando! Eu estava comentando como nós nos conhecemos.
- É... – Vitor dá uma gargalhada.- Eu pensando que você fosse a Lelê!
- Também, a mamãe nos vestia iguais!
- Bons tempos, hein, Lolô?
- É...Hoje eu vejo esta gatinha aqui – fala abraçando a sobrinha – e fico pensando: Com quem será que vai brigar? A quem vai chamar de mal educado?.
- Já chamei vários meninos! Estes garotos daqui da rua são uns metidos!
- É...Mas vai aparecer um que será tão mal educado quanto eu fui! – brinca Vitor.
Todos entram e Helena logo indaga após cumprimentar a irmã e as sobrinhas:
- Que houve? Cadê a Suzana?
- Ai... Vou ter que explicar tudo outra vez – reclama Sandra.
- Deixa comigo. Lelê eu quero falar com você. – Heloísa pega apressadamente a irmã pela mão, levando-a para outro canto da sala.
- Lolô, você está me assustando!
- Senta aqui – chama Heloísa.
Heloísa relata rapidamente o ocorrido e Vitor participa da conversa
- Estou pensando em convidá-la pra ficar uns dias com a gente, Lelê. – sugere Vitor.
- Vitor, a vontade que tenho é de chamá-la pra morar com a gente!
- Ela não vai querer, nem a mãe.
- Bem queridos, - opina Heloísa – a situação está tomando uma proporção muito grande. O que ocorreu foi a gota d’água. A Soraya não me contou porque foi um assunto entre mãe e filha e eu tinha que respeitar, mas sei que foi por causa do Genaro.
- Ele é tão frio com ela. – lamenta Helena.
- Se não conseguimos fazer com que ele mude, temos que pelo menos pensar em uma saída para que isto não venha a prejudicá-la mais. Ela está sofrendo muito. – Heloísa preocupa-se.
- Nós devemos tratá-la com muito amor, mas de uma maneira normal. – Vitor é objetivo.
- Mas nós a tratamos de maneira normal. – retruca Heloísa.
- Não Lolô, – intervem Helena – Ele quer dizer que não devemos supervalorizar seus problemas, como se ela fosse uma doente.
- A doença existe, mas é na alma. – analisa Vitor - Suzana precisa de cura interior. Ela até sabe que é amada, mas o fato de não se sentir amada pelo pai, está mexendo muito com a sua auto-estima.
- Eu achei que foi um pedido de socorro, tipo: Oi, estou aqui!. – observa Heloísa
- Ela quis que o pai a visse assim. – Vitor constata.
- Com certeza, ela até falou isto pra Sandra quando esta tocou no nome dele. – Heloísa lembra.
- Olha, gente, eu sei que adolescentes agem muito por impulso, mas não vejo com o mesmo extremismo que papai via. – recorda Heloísa – Não lembra, Lelê?
- Adolescente age como bicho! – recorda Helena imitando o pai.
- Ele não pensou quando disse isto. – Heloísa analisa.
- Eu não concordava na época, mas hoje, em alguns aspectos, acho que ele tem razão. – Helena coloca.
- Ih...Pelo seu olhar isto parece indireta. –Heloísa desconfia.
- Você sempre foi muito geniosa, não é 3ª Guerra Mundial?
- Você também. – Lembra Heloísa.
- Eu fui adolescente igual a você, mas sempre pensei um pouco mais, você era mais impulsiva. – recorda Helena.
- Especialmente quando eu desafiei as duas –Vitor lembra de um episódio de briga entre os três na infância.
- Nós ainda éramos crianças – Helena lembra achando graça.
- É, mas a Lolô não mudou muito na adolescência – avalia Vitor.
- Gente, nave terra chamando – brinca Heloísa – Eu gosto até de lembrar da infância, adolescência, mas voltemos à Suzana.
- Vamos respeitá-la, demonstrar interesse por ela, ser carinhosos, atenciosos, entender seus limites, dificuldades, sabendo também dar limite se ela tiver alguma crise existencial de adolescente. Se nós a tratarmos como uma coitadinha, estaremos prejudicando o seu amadurecimento e ela se tornará uma adulta problemática, chata, indesejável. – Vitor sintetiza
- Eu não acho que ela chegue nunca a este ponto. – defende Helena – Com uma mãe como a Soraya.
- Ela é uma mãe maravilhosa. – concorda Heloísa. – Eu não me sinto tão boa mãe quanto ela.
- Você é uma boa mãe, Lolô. – consola Helena.
- Ah, Lelê...Acho que eu e o Paulo soltamos muito o Daniel. Eu, por causa do meu trabalho, o Paulo pela ansiedade de fazer dinheiro.
- Eu já penso que se todas as meninas da idade da Sandra fossem iguais a ela, nenhum pai ou mãe precisaria se preocupar. – avalia Helena.
Em meio à conversa, chegam Bertinha e Reynaldo com as filhas e Marcela e Marcos. Vitor os vê pela janela e vai abrir a porta.
- Feliz ano novo, tia Helô – Bertinha cumprimenta.
- Na medida do possível – responde Heloísa desanimada.
- Tia, que cara.– percebe Marcela.
- É mesmo, Helô... – concorda Marcos – Que houve?
- Depois eu conto. Vem mais alguém, Vitor?
- Acho que não, a mamãe faz o almoço na casa dela.
- A tia Soraya disse que se a Suzana estivesse melhor, viria com ela. –Sandra informa.
- Olha as duas vindo aí! – Helena vê as duas da janela.
- Cunhada! – Vitor recebe a cunhada de braços abertos e esta retribui.
- Ô cunhadão! – Feliz ano novo, paz, saúde e vitória!
- Meu nome quer dizer vencedor.
- Eu assino embaixo – completa Soraya.
- Tio... – Suzana dirige-se ao tio e recebe um caloroso abraço deste.
- Minha Morena Grau 10! – Muito amor, paz e realizações neste 2002.
- Obrigada, tio. – Suzana responde com o semblante ainda entristecido.
Durante o churrasco, todos conversam alegres, brincam. Suzana permanece num canto, apática sem comer. Todos percebem, mas procuram não demonstrar. Vitor aproxima-se com um pretexto:
- Eu vou pegar uns refrigerantes e outras coisas mais na cozinha, quer vir comigo?
- Tá... – Suzana olha triste o tio e levanta-se lentamente, acompanhando-o.
Ao se ver só com Vitor na cozinha, Suzana afirma:
- Você sabe o que aconteceu. Elas não escondem nada de você.
- O fato de saber, não diminui o meu amor por você, muito pelo contrário; eu a amo ainda mais, porque você precisa muito de amor. – Vitor abre os braços à sobrinha, que num choro incontido joga-se nos seus braços.
- Tio... Por que as coisas são assim, por que eu não nasci sua filha?
- Por que Deus sabe de todas as coisas e a vontade d’Ele foi trazê-la ao mundo como filha de meu irmão e através da sua vida ele conhecerá o amor de Jesus.
- Como é que você tem tanta certeza? – Suzana olha para o tio impactada, ainda envolvendo-o nos braços.
- O Senhor me revelou e Ele não é Deus de confusão. Ele falou, tá falado! –Vitor reafirma.
Soraya e Helena estranham a demora de Vitor e vão procurá-los. Chegando perto da porta sem ser vistas, vêem os dois abraçados e recuam.
- Vamos deixar os dois conversando –Soraya sussurra.
As duas vão para um canto da sala e Soraya desabafa com Helena.
- Helena, o que eu faço? Aconteceu o que eu temia. Eu fiquei apavorada quando soube que ela havia bebido. Quando a vi, estava melhor da bebedeira, mas emocionalmente, um lixo!
- Você não precisa dizer se não quiser, mas eu já imagino a causa.
- Foi por causa do Genaro, mas não por uma coisa só, foi por tudo. Ela não agüenta mais, ele está cada vez pior em relação a ela.
- Querida, nós queremos ajudar. O Vitor pensou em convidá-la para passar um tempo conosco.
- Não acho que dê certo. Ela está muito agarrada comigo. Eu fiquei com ela até dormir. Ela estava quase que encolhida, como que querendo voltar pra dentro de mim.
- Coitadinha...Mas tudo vai passar, Soraya. Você sabe que pode contar com a gente. Você faz sua parte, é a mãe dos sonhos dela. Ela te ama muito.
Mais tarde, todos se reúnem lá fora e Vitor pega o violão, entoando louvores. Os louvores emocionam Suzana, que chora.
- Minha Morena Grau 10! Jesus te ama! - Vitor traz Suzana para sentar-se ao seu lado e pede à Helena:
- Lelê, por favor, traga-me a Bíblia.
Helena traz e Vitor ora:
- Senhor, eu agora toco na tua palavra. Dá-me Pai, a palavra que todos nós precisamos ouvir e aplicar as nossas vidas. Fala profundamente aos nossos corações. Eu já te agradeço em nome de Jesus. Amém. – Amém - Todos repetem.
Vitor abre a Bíblia e sem procurar muito acha a palavra que lê em voz alta:
- “Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida de fé que Deus repartiu a cada um”. (Romanos 12: 13). – Obrigado Pai pela tua palavra. Que sirva para a libertação e edificação de todos nós. Agradecemos-te, Senhor, em nome de Jesus. Amém. – Amém - Todos repetem.
- Alguém gostaria de comentar alguma coisa que sentiu ao ouvir esta palavra? Quem quiser falar será ouvido em silêncio. Estejam à vontade.
Soraya levanta o dedo.
- Pois não, cunhada.
- Eu gostei da expressão: “Não pense de si mesmo além do que convém” e gostaria de expor como eu me identifico com isto. Serve também pra Suzana.
- Então fala. É pro bem dela. Né, Morena? – Vitor pergunta à Suzana que concorda com a cabeça e Soraya inicia:
- Posso ser sincera, pois estou com pessoas em quem confio. Eu me senti menos do que sou e gostaria de ser mais solicitada como mãe, Suzana. Eu tenho deveres em relação a você. Não há coisa que eu queira mais que a sua felicidade. Uma vez você chegou a se ajoelhar pra me pedir uma coisa. Eu disse: Não se ajoelhe para mim, sou sua mãe, não sou Deus. Não quero que se humilhe para mim, só quero seu respeito. Você negocia, faz umas pequenas malcriações às vezes, mas nada de grave e sempre reconhece seus erros e desculpa-se. Eu quero que você seja muito feliz, filha. Por mais supermãe, que eu seja e por mais carinho que eu dê, sei que não crio você para mim. Aprendi isso com minha mãe. Ela me criou para a vida. Um dia você terá sua vida, sua casa, sua família, mas estará sempre perto e dentro do meu coração. Eu te amo.
Mãe e filha choram e se abraçam, todos da família de Vitor aplaudem e gritam:
- Glória a Deus!
Vendo a emoção das duas, Vitor se achega, acaricia os cabelos delas e fala:
- Queridas, estou aqui para ajudar. Suzana, você gostaria de passar uns dias conosco?
- Obrigada, tio, mas eu não tô com cabeça pra ficar longe da minha mãe.
- Eu estou sempre disposta a te dar toda a atenção, querida. – Soraya apóia – Mas, se mudar de idéia, pode vir.
- Se quiser pode vir aqui com suas primas, passear de bicicleta com a Patty. – Vitor sugere.
Antes de se despedir das sobrinhas e cunhadas, Vitor ora por todos os familiares.
Em casa, Suzana no seu quarto abre a primeira página do novo diário. No cabeçalho, lê o trecho bíblico:“Chamou Deus à luz dia e às trevas, noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia. (Gênesis 1: 5)”. No rodapé, lê outro trecho: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 Coríntios 5: 17)”. A segunda passagem toca Suzana e uma pequenina semente é plantada. Ela anima-se e começa a escrever:
Rio, 01 de Janeiro de 2002:
Meu querido Diário:
Meu nome é Suzana Ribeiro Castelli, sou filha única de Genaro Silva Castelli e Soraya Ribeiro Castelli, e farei 15 anos no próximo dia 29 de Janeiro.
Você tem um significado muito especial pra mim, pois foi dado por minha avó.Não comecei bem o ano, fiz besteira, fiquei deprimida...Mas deixa pra lá! Ano novo, vida nova. As coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas, por isto mesmo, não vou nem falar como foi para mim este início de ano.. Tô voltando da casa do meu supertio Vitor, o mais velho dos 4 irmãos – meu pai é o 3º - que é meu padrinho também. Tia Helena, mulher dele, também é minha madrinha. Eles fizeram um churrasco, eu não comi nada, mas saí me sentindo alimentada de amor. Tio Vitor é tão especial. Ele leu a Bíblia e não me lembro exatamente das palavras, mas lembro que a mensagem era de não ser mais nem menos do que a gente é. Minha mãe pediu pra falar e pelo que ouvi, senti que não valorizo a mãe amiga que ela é. Quando precisa ela briga comigo, mas também sabe ouvir, mesmo que não concorde com tudo.
Eu peço a Deus, que este ano eu ganhe um presente: Que meu pai me ame.
Até a próxima,
Suzana.

4 comentários:

  1. Que bom que a semente já foi plantada no coração da Suzana.Esse capítulo reflete a crise existencial que todos os adolescentes passam,um mais intensamente,outros mais suavemente.

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  2. Uma sementinha plantada, creio que logo ela germinará!

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  3. A palavra de Deus foi lançada e como sempre não voltara vazia.

    p.s: me emocionei com a parte que Soraya falou para a filha.

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  4. Soraya é uma mãezona!!!
    a palavra de Deus tem poder pra quebrar todas as cadeias!
    Eu, no lugar da Suzana, aceitaria o convite de Vitor e passaria um tempo longe de toda essa "cena" triste.. Genaro tem problemas sérios, e nem a criatura mais paciente e bondosa de todo mundo poderia conviver com ele, vinte quatro horas por dia, sem se sentir magoada! Só mesmo Jesus é quem pode mudar essa pessoa!
    mas enfim, existem coisas q a gente tem q enfrentar mesmo.. não tem jeito! Suzana vai precisar de estratégias pra vencer isso!
    eu sei q se vence o mal com o bem!

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